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14 Ago

Estaleiros brasileiros devem se preparar para obter preferência de afretadores, avalia Petrobras

Além do otimismo, o Brasil precisa ter o compromisso de diminuir a burocracia

A Petrobras acredita que os estaleiros nacionais devem aumentar sua competitividade para ganhar a preferência dos afretadores de FPSOs nos próximos anos. O assessor da presidência da Petrobras para conteúdo local, Paulo Alonso, disse, na última quarta-feira (12), que a estatal possui sócios estrangeiros na operação de exploração e produção de petróleo e que existe a tendência de aumentar o número de afretamentos de unidades de produção.

— O modelo preferencial da Petrobras daqui pra frente é afretamento. Não porque a Petrobras prefira. Mas as decisões são feitas em conjunto com parceiros. Eles querem afretar porque não tem capex (capital de investimento), só tem opex: vai pagar taxa de utilização da plataforma lá na frente — explicou Alonso.

Para que as empresas afretadoras contratem a construção de plataformas no Brasil, Alonso diz que os estaleiros devem estar muito competitivos, preparados sob ponto de vista de produtividade, engenharia e celeridade do cumprimento dos prazos para que afretadores optem pelos estaleiros brasileiros em detrimento de estaleiros estrangeiros. Ele acrescenta que a maioria das afretadoras do mundo já possuem estaleiros parceiros.

Apesar das multas no caso de descumprimento de conteúdo local, existe o risco de os afretadores contratarem as unidades de produção no exterior. Nesse caso, a Petrobras, na condição de operadora, poderia ter que arcar com as penalidades. “Não vamos querer pagar [multas]. Vamos orientar as afretadoras a contratar no Brasil. Mas elas só vão querer contratar no país se os estaleiros brasileiros conseguirem dar resposta à altura”, ponderou. Ele acrescentou que ainda há tempo para os estaleiros nacionais se prepararem para as novas contratações.

Alonso reconheceu que os estaleiros brasileiros continuam enfrentando problemas de produtividade e ainda estão distantes da performance dos grandes pólos mundiais da construção naval. “A curva de aprendizado foi muito mais lenta do que os empresários esperavam”, admitiu durante apresentação na Marintec South America – Navalshore, no Rio de Janeiro.

Na ocasião, ele destacou que desde 2007 o Brasil ampliou o número de grandes estaleiros em operação, além de ter outras unidades em construção. Ele defendeu que o momento do setor naval é difícil, mas que o modelo é de “pujança”. E enfatizou que a Petrobras está trabalhando junto com estaleiros para tentar encontrar soluções para os problemas.

Alonso ressaltou que a operação Lava-jato impactou a vida dos estaleiros e que o setor está na dependência da assinatura de acordos de leniência com construtoras que operam alguns dos estaleiros, assim como aguarda novas liberações do Fundo da Marinha Mercante e o acordo envolvendo a Sete Brasil. Ele contou que esses fatores contribuíram para atrasos de mais de um ano na entrega de alguns projetos.

A expectativa da Petrobras é que um acordo entre os acionistas da Sete Brasil seja fechado em setembro, liberando o acesso da empresa ao financiamento e permitindo o pagamento dos estaleiros. "Estamos muito próximos de um acordo entre a Petrobras, Sete Brasil e os bancos. A assinatura de documento deve ocorrer no meio de setembro", disse.

Fonte: Portos e Navios

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